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Alfaias agrícolas

É relativamente recente o uso de tractores e motocultivadores no Salgueiro, já porque o terreno acidentado torna de certo modo deficiente e perigoso o uso dessas máquinas, ou dado o preço de tais equipamentos.

Acontece também que boa parte das explorações agrícolas não tem dimensão suficiente que justifique a utilização individual daquelas máquinas.

Há alguns tractoristas que prestam serviços para trabalhos de maior dimensão. Para os pequenos serviços usavam-se os arados de pau e ainda se vão usando os arados de ferro, puxados a bois, a burros ou a vaca e burro. Para destorroar a terra usa-se a grade. Formada por travessões de madeira, formando um rectângulo de 1,80 m por 0,70 m e possuindo numa das faces uns trinta dentes de ferro com o comprimento de 10 cm. Esta é arrastada, com os dentes voltados para baixo, de maneira a cortarem as leivas como se fossem facas.

Os transportes são geralmente feitos por carros, havendo dois tipos: um, o tradicional, composto de tabuleiro, tiro, chedeiro, eixo de ferro e duas rodas com pinas e raios de madeira de azinho e apertadas com arco de ferro; um outro tipo, mais recente, mais leve, para trabalhos menos pesados, com dois varais, puxado por um só animal -- é a carroça.

As ceifas, por os terrenos não permitirem a entrada das máquinas, são feitas manualmente, com a foice. Nas malhas são utilizadas máquinas debulhadoras, à excepção da malha do milho que é feita com mangual.

Nas hortas, onde quase todo o trabalho é manual, utiliza-se o sacho, a enxada, o enxadão, a picareta e o ancinho. A picota, a nora e o motor são os meios utilizados na elevação da água dos poços para a rega dos campos.

A gadanha -- lâmina de aço adaptada à extremidade de uma haste de madeira ou tubo de ferro -- é utilizada na ceifa dos fenos.

O podão e podoa, utilizados para desbastar e roçar mato ou silvas. O machado para cortar lenha ou troncos de madeira.